Maus tratos


Com relativa frequência se tem notícias de maus tratos infligidos por
adultos a crianças.

Não nos referimos àqueles de tal monta que requerem atendimento médico
especializado, quais sejam, queimaduras graves, espancamentos e
prisões domiciliares, que decorrem de pessoas doentes.

Referimo-nos ao que se vê, transitando pelas ruas, a passeio, em
clubes, cinemas, parques de diversão, shoppings.

São mães que conduzem a criança pela mão, sem se aperceberem que o
pequeno tem menor estatura que elas, que o bracinho dele fica
suspenso, em incômoda posição, que lhe deve causar desconforto e  com
certeza, dor.

Esquecem-se, igualmente, de que as pernas do pequerrucho não são tão
longas quanto as suas, adultas, e não buscam diminuir o passo.

Ao contrário, o filho é que deve andar quase a correr, para acompanhar
as largas passadas da mãe.

Quando a criança tropeça é suspensa pelo braço, de forma brusca, como
se o membro infantil não apresentasse fragilidade, desmerecendo
cuidados.

Alguns adultos tomam os filhos, dizendo que os levarão a passear, mas
na verdade o que tais adultos têm em mente é apenas levarem as
crianças e fazerem o que eles querem.

Param quando se sentem cansados ou encontrem um amigo para conversar,
sem jamais indagarem das crianças o que elas desejam.

Por isso, quando os pequeninos se detêm, admirados, ante uma vitrina
cheia de brinquedos ou de gravuras coloridas, ou um animal que passa,
são de imediato arrancados de sua observação, aos puxões.

De outras vezes, em plena rua, perante os transeuntes, levam palmadas
violentas na cabeça, nos braços, na boca, acrescidas de adjetivos
depreciativos, por estarem a olhar, descuidadas para algo ou alguém e
baterem o rosto no poste, tropeçarem ou caírem.

Quando assim procedemos, estamos nos esquecendo de que, vez ou outra,
fazemos exatamente a mesma coisa.

Além do que, demonstramos o pouco ou nenhum conhecimento em matéria de
psicologia, não recordando que a criança agredida se sente
menosprezada, humilhada, fato que a marcará de maneira indelével.

Toda agressão moral ou física que sofre lhe marca a ferro e fogo a
personalidade.

Não será de nos admirarmos se, com tais tratamentos, os rebentos de
hoje retribuírem no amanhã de idêntica forma a quem se lhes aproxime,
desde que, sendo um caráter em processo de educação, absorvem o que
veem, sentem e padecem.

Repensemos nossos posicionamentos, pois que para se ensinar a
conjugação dos verbos amar, acarinhar, aconchegar, é imperioso
exemplificar.

Todas as palavras que não encontram sólido apoio nos atos são vazias,
sem valor para a formação de outrem.

Jesus, o Divino Modelo, fez-Se criança e Se entregou aos cuidados de
José e Maria, graças a cujos desvelos pôde chegar à adolescência, à
juventude e, como Homem Integral, nos deixar Sua mensagem imorredoura
de amor.

À semelhança Dele, os Espíritos que nascem como nossos filhos, buscam
o melhor de nós para darem, no futuro, o melhor de si mesmos.

*   *   *

Os filhos são bênçãos que nos chegam. Alguns deles são como pedras
brutas para a lapidação. Se fizermos a nossa parte, poderemos seguir
tranquilos na direção do futuro e de Deus, o Excelso Pai de todos nós.



Redação do Momento Espírita, com pensamento final extraído do verbete Filhos,
do livro Repositório de sabedoria, v. 1, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 07.04.2009.




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