Sentir na própria pele


Uma determinada ONG alemã apresentou, de forma inusitada, um excelente exemplo de marketing social.
Em alguns cinemas da Alemanha, o público entrava para assistir aos filmes e se deparava com diversos cobertores dobrados, colocados um em cada poltrona.
Nada foi dito ou explicado e, conforme os primeiros anúncios e trailers iam passando, a sala começava a esfriar, chegando a temperaturas baixíssimas, similares às das madrugadas de inverno naquela região.
Então, subitamente, uma mensagem começava a aparecer, mostrando moradores de rua em muita dificuldade, assim como seus próprios relatos narrando os problemas causados pelo frio intenso.
Ao final da mensagem, um deles, inclusive, em tom de bom humor, dizia para que não incomodassem mais as pessoas no cinema e as deixassem assistir a seus filmes.
A campanha finalizava avisando às pessoas que, em cada cobertor que receberam, havia um código, que poderiam ler com seus celulares, e efetuar uma doação espontânea para ajudar os moradores de rua, os sem teto.
O resultado foi surpreendente. Após realizarem a experiência em diversas salas de cinema de todo o país, computaram um retorno de noventa e cinco por cento, isto é, noventa e cinco por cento das pessoas que estiveram nessas salas de cinema se comoveram e fizeram doações.
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A interessante experiência revela que ainda precisamos sentir na própria pele para que desenvolvamos a verdadeira empatia para com o outro.
Colocar-se no lugar do outro é fundamental para que possamos entender a situação do nosso próximo e ajudá-lo sem ressalvas e sem medo.
Deus e Sua providência, nos processos das vidas sucessivas, nos coloca em tais situações, para que aprendamos a enxergar a vida, as pessoas, estando do outro lado.
Assim, renascemos, muitas vezes, em condições opostas às que antes tínhamos no planeta, como por exemplo, tendo que lidar com a miséria material, muitos de nós que, em existência anterior, tivemos tudo e nem sequer olhamos para os lados para encontrar o próximo necessitado.
Em países, onde ainda se vive a realidade de castas, de segregações de raças etc, aqueles que detinham o poder, que viviam privilégios, renascem por vezes entre os subjugados; tanto quanto os que antes ocupavam posições de inferioridade, retornam como ricos, como poderosos – quando necessário.
Essas variações, essas mudanças de lado se fazem necessárias para que alarguemos nossos horizontes e enxerguemos a vida de forma diferente, com menos egoísmo, com menos orgulho.
Costumamos dizer que só quem passou por esta ou aquela situação sabe como é estar lá.
Porém, podemos desenvolver em nós esse costume, essa prática saudável de nos colocarmos no lugar do outro, buscando estar em seu sentimento e, assim, compreendê-lo melhor em todas as situações.
Seremos mais indulgentes e, por consequência natural, mais caridosos com nosso próximo.
A empatia nos tira da indiferença, da estagnação, desse como que sono profundo onde ainda estamos todos nós que insistimos em enxergar apenas nosso próprio umbigo.
Pensemos no outro. Sintamo-nos como o outro. Ajudemos.

Redação do Momento Espírita.
Em 18.5.2013.




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