Momento a sós


       Dia desses assistimos a uma cena que nos chamou a atenção, pelo inusitado.

        O filho achegou-se à mãe, beijou-a no rosto e despediu-se com
carinho. Ela reagiu, virando o rosto, dizendo que ele deveria deixar
de ser tão meloso e simplesmente dizer Tchau.

        Naquele momento, pensamos em quantas mães adorariam estar no
lugar dessa outra, tendo seu garoto adolescente a lhe beijar as faces,
justamente numa fase em que eles estão muito mais ligados nos amigos
ou namorada, do que nos pais.

        Buscando justificativas para a atitude daquela mãe, imaginamos
que talvez aquele menino seja daqueles que ficam ao redor dos pais, de
contínuo, e não os deixam em paz.

        Em verdade, por mais de uma vez surpreendemos mães a dizerem a
seus filhos, em um tom um pouco mais do que elevado: Me larga, me
deixa sozinha um pouco.

        É correto que todo mundo precisa de momentos de recolhimento e
aí não vai nenhuma reprimenda.

        O que é preciso é que, na condição de pais, saibamos ter a
habilidade suficiente para explicar essa necessidade a nossos filhos,
sem feri-los.

        A criança que é um grude nos pais, pode estar demonstrando
medo. Por isso não deseja se afastar deles. Eles representam a
segurança.

        Pode também acontecer que o pequeno seja um Espírito carente
de afeto, alguém que já sofreu o abandono, senão nesta vida, em outra,
e agora teme tornar a perder ou deseje compensar.

        E não se pode deixar de cogitar que a criança, ao expressar-se
em demorados abraços e beijos, esteja traduzindo o agradecimento pela
oportunidade da reencarnação.

        Ouvimos da boca de um pequerrucho, estreitando forte a mãe:
Que bom, mãe, que eu nasci. Muito obrigado.

        Dessa forma, antes de rechaçarmos os filhos que nos desejam
demonstrar carinho e o fazem de mil formas diferentes, aceitemos as
suas dádivas.

        Chegará um dia, dominados pelos anos, em que desejaremos
ardentemente que alguém se sente ao nosso lado, nos tome as mãos
encarquilhadas entre as suas, deposite os seus beijos e se detenha
conosco, por largo tempo.

        Importante se faz explicar para a criança, desde pequenina,
como gostamos dela, sem contudo significar que devamos estar à sua
exclusiva disposição sempre.

        Façamos programas com os filhos, dediquemos o nosso tempo
disponível e se, então, as crianças ainda insistirem em atormentar
nossa hora de quietude, de leitura, armemo-nos de paciência e
expliquemos que aquele é o nosso momento, que eles devem respeitar,
como nós respeitamos os momentos em que eles estão brincando com os
seus amiguinhos.

        Arrumemos uma atividade para eles, enquanto nós realizemos as
nossas. Eles sentirão que nos merecem a atenção, sem se sentirem
rejeitados.

        Recordemos que esta é uma situação típica de colocação de
limites, oportunidade que não devemos desperdiçar.

*   *   *

        A educação informal é produto da soma das oportunidades que se
apresentam todos os dias, em vários momentos, em nossas vidas de pais
e filhos.

        No processo de educação é prudente não se falar aos filhos na
hora da raiva.

        Sempre que se estiver com raiva é bom contar até dez, dar uma
volta no jardim, deixar a raiva passar. Só então buscar o filho para o
entendimento e as devidas e pacientes explicações.

        Lembremos ainda que, se nos excedermos em nossas medidas e
normas disciplinares, é importante pedirmos desculpas.

                        Redação do Momento Espírita,
com base no artigo O que você não deve dizer a seu filho,
da Revista Criativa de novembro.1997.
Em 26.12.2008.




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