A melhor parte de amar


As declarações de amor revelam muito do que vai em nossa alma. Por
vezes elas nos descrevem com perfeição.

Elas contam se somos possessivos ou ciumentos, se deixamos espaço para
o outro crescer como indivíduo ou não.

Por exemplo, quando somos enfáticos demais no Eu preciso de você; no
Não consigo viver sem você, revelamos, mesmo sem querer, que nosso
amor é mais carência do que doação.

Amar o outro, tendo, como razão e sustento desse amor, tudo aquilo que
o outro nos dá, isto é, tudo que recebemos do parceiro, é certamente
um amar frágil, que pode não se manter por muito tempo.

Basta que o outro não mais nos forneça o que estava nos oferecendo,
que não mais atenda nossas expectativas, para que todo aquele dito
grande amor desapareça, como em um passe de mágica.

Recentemente, ouvimos uma declaração de amor que nos chamou a atenção,
por apontar uma direção um pouco diferente da comum.

Dizia assim:

A melhor parte de amar é ser o alguém de outra pessoa, e eu quero ser
este alguém, o seu alguém...

Vejamos que o princípio por trás da frase é diferente, e bastante
nobre. Muito mais compatível com o verdadeiro sentido do amor, o amor
maduro.

Querer ser o alguém da outra pessoa é identificar que o outro também
tem expectativas, que também quer ser amado, e se colocar na posição
de dar-se ao outro, e não só na de receber, o que é bastante egoísta.

As jovens e os jovens, em determinada idade, quando das primeiras
paixões, chegam a fazer listas de exigências. Como ele ou ela precisam
ser para ganhar o meu coração?...

Notemos que, em momento algum, consideramos que o outro também tem sua
lista, suas expectativas. Pensamos apenas em preencher a nossa, o que
eu quero, o que eu sonho.

Mas e o outro? Não tem sonhos? Será que podemos atender aos anelos da
outra pessoa? Será que preenchemos a lista dele ou dela? E que
esforços fazemos para isso?

Assim, querer ser o alguém do outro é levar tudo isso em consideração
sempre, e não apenas exigir e exigir constantemente.

Nesse nível de amor perceberemos que o que nos completa, o que nos faz
feliz numa relação, é também o quanto fazemos pelo outro, o quanto nos
doamos à outra pessoa.

Dessa forma, esse patamar de amor nunca nos fará frustrados.

Precisamos enxergar a tal via de mão dupla das relações amorosas,
através de uma nova perspectiva, mais inteligente e mais altruísta.

Querer ter outra pessoa ao lado, apenas para nos preencher, como se
diz, é muito perigoso e frágil.

A relação a dois é muito mais do que isso.

Amar precisa sempre vir antes do ser amado.

É o amar que nos fará grandes no Universo e não o ser amado.

Foi o amar de tantos Espíritos iluminados que garantiu que a Terra
continuasse a existir, e não sucumbisse por inteiro nas mãos do
orgulho e do egoísmo.

Que eu procure mais amar do que ser amado, pois é dando que se recebe...



Redação do Momento Espírita.
Em 4.9.2012.




A apresentação está falhando?

Entre no "www.gmail.com" e feche o usuário aberto.