A mais nobre profissão
Qual será a profissão mais nobre? Quem será mais importante: o médico
que salva vidas ou o motorista do coletivo que conduz centenas de
passageiros, todos os dias, em segurança?
Quem terá maiores méritos perante a Divindade? O professor que ensina
à criança as primeiras letras, descortinando-lhe o mundo encantado do
alfabeto ou o professor universitário que prepara os jovens para o
mercado de trabalho, para a sociedade, ensinando-os com a própria
experiência?
Analisando as tantas profissões que existem no mundo, conclui-se que
nenhuma pode ser descartada.
Senão vejamos: o escritor utiliza dos seus recursos e escreve livros
que renovam o pensamento do mundo.
A sua é a possibilidade de encantar, de proporcionar viagens
fantásticas pela imaginação, de utilizar sabedoria, arte e beleza,
dentro da vida.
Contudo, uma vassoura simples faz a alegria da limpeza. E, sem
limpeza, o poeta não consegue trabalhar.
As máquinas agrícolas abrem sulcos profundos na terra, revolvendo-a e
a preparam para o plantio. Logo mais, as linhas que ela traça no solo
transbordarão de milho, arroz, batata, trigo, enchendo os celeiros e
as mesas.
O marceneiro trabalha com cuidado a madeira e lhe confere formas que
cooperam na construção do lar.
O pedreiro ergue muros, coloca alicerces para os edifícios grandiosos.
Organiza o seu pensamento e os seus esforços e faz surgir obras
fenomenais.
Mas por mais belo que seja o edifício, os seus mármores, cristais,
tapetes luxuosos, não dispensarão a mão amiga da faxineira que lhes
dará brilho.
Os magistrados usam a pena e a justiça e sentenciam. Das suas
sentenças dependem vidas. Vidas que prosseguirão a ter alegrias ou se
encherão de tristezas.
Os políticos orientam e governam, elaboram leis e as votam, decidindo
o que seja melhor para o povo.
Entretanto, todos eles necessitam das mãos hábeis que conduzem as
máquinas que lhes tecem as roupas que os defendem do frio.
Se os juízes se reúnem nas mesas de paz e justiça, os lavradores e
agricultores são os que lhes ofertam os recursos para as refeições.
Ninguém suponha que, perante Deus, os grandes homens sejam somente
aqueles que usam a autoridade intelectual.
Que seria da Humanidade se, de repente, não tivéssemos mais
cozinheiros, recepcionistas, lavadeiras, arrumadeiras, babás?
Que faríamos sem essa gama enorme de servidores da Humanidade?
* * *
Todos somos chamados a servir, na obra do Senhor, de maneira diferente.
Cada trabalhador, em seu campo de ação, pode se considerar honrado
pelo bem que possa produzir. Cada empregador ou empregado nos
convençamos de que a maior homenagem que podemos prestar ao Criador é
a correta execução do nosso dever, onde estivermos.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 44, do livro Alvorada
cristã, pelo Espírito Neio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido
Xavier, ed. Feb.
Em 02.05.2011.
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