Toda época tem sua moda. E não somente no que diz respeito a roupas e calçados. Mas igualmente na música, o corte de cabelo, as festas. A própria gíria tem sua época e faz moda. Os brinquedos também.
As bonecas imitam, para deleite das meninas, as modelos famosas, artistas da TV, misses, reproduzindo-lhes inclusive os guarda-roupas. Do vestido de gala ao traje esporte e de lazer.
Há algum tempo, uma verdadeira febre tomou conta das crianças.
Tudo começou com o lançamento de um bichinho virtual, o Tamagotchi. Tratava-se de um pequeno ovo de cristal líquido, que continha um pseudo-animalzinho que, para viver, dependia de constantes cuidados.
Cuidados que a criança lhe devia dispensar, sistematicamente: alimentação, banho, carinho.
Se a criança não o atendesse, no tempo que ele exigia, corria o risco de morrer.
Alguns psicólogos acreditam que, se o pequeno não soubesse lidar com todas essas necessidades, o animal, dinossauro ou morcego, morreria muitas vezes. E, assim a criança sofreria frustrações e angústias.
As angústias, à época, foram relatadas por alguns dos pequenos proprietários de tais animaizinhos. Um deles afirmou que ficava muito preocupado, quando estava na escola, pois não sabia se o seu bichinho morreria naquele período, desde que não o podia atender.
Outro declarou que se o seu Tamagotchi apitava, mesmo que ele estivesse no banho, saía correndo para satisfazer as suas vontades.
A preocupação de educadores e psicólogos é justa.
Além de propiciar o isolamento da criança, o brinquedo a tirava do mundo real. E a morte passava a ser uma brincadeira, pois o bichinho podia retornar à vida com a dispensa de cuidados devidos, ou a simples troca de baterias.
Se pretendemos que a criança adquira responsabilidade, desenvolva sua afetividade, por que não com um animalzinho de verdade?
Não advogamos o uso de gaiolas para os prender, mas bem podemos incentivar nosso filho a depositar, todos os dias, migalhas de pão para os pássaros que vêm cantar em nossas janelas.
Dispor uma tigela com água fresca e limpa, no jardim da casa, para os pardais e sabiás que enchem de sons os ares do dia.
O que estamos semeando para nossos filhos? Um mundo de robôs que podem ser ligados e desligados, à vontade?
Ou desejamos que eles aprendam que os animais são seres vivos e para assim se manterem necessitam dos cuidados dos homens?
No momento em que tantos movimentos ecológicos batalham pela vida das baleias, do mico-leão dourado e outras espécies em extinção, busquemos insuflar em nossos filhos o valor real de uma vida.
Seja de um gato, um cão, um pássaro. Recordar-lhes que a bondade de Deus a todos criou. E se colocou os animais como serviçais do homem, também confiou a esse o dever de os proteger e amar.
* * *
Nada pode substituir o afeto de um ser humano pelo outro.
Isso porque somos todos Espíritos, criados por amor e destinados ao amor.
Redação do Momento Espírita, com base
no artigo Barrados na escola,
publicado na Revista Isto é, nº 1459.
Em 6.1.2014.
no artigo Barrados na escola,
publicado na Revista Isto é, nº 1459.
Em 6.1.2014.