Dias de amar


Os homens elegem dias específicos para a realização de certos misteres. Se a prática tem a ver com a disciplina, não é menos verdade que algumas ações deveriam dispensar dia marcado.
Recordamos de um casal que, após alguns anos de matrimônio, já com dois filhos, decidiu por romper o compromisso.
Advogados, partilhas, decisões foram tomadas de comum acordo entre marido e mulher.
Num procedimento amigável, acertaram que os filhos, ambos menores, permaneceriam sob a guarda da mãe, enquanto que ao pai coube a possibilidade de tê-los em sua companhia, nos finais de semana.
É claro que a separação caiu sobre os dois meninos como uma bomba. Que importavam a eles que pai e mãe não se amassem o suficiente para permanecerem juntos?
Para eles, seriam sempre pai e mãe, que eles desejavam unidos. Os dias começaram a se somar. Chegou o primeiro final de semana e os meninos saudosos, pularam para o carro do pai, tão logo este estacionou frente à casa.
Foram ao shopping, fizeram um lanche saboroso, trocaram confidências, desfilaram notícias. Depois, assistiram a um filme de aventuras na TV e comeram pipocas.
Assim, no segundo final de semana e em todos os que se seguiram lá estava o pai, na hora certa à espera dos dois.
Com o passar dos meses, as crianças começaram a se tornar irritadiças quando o final de semana ia se aproximando. O entusiasmo foi substituído pela sensação de uma obrigação a ser cumprida.
Tudo era feito naqueles curtos dias. Mesmo que no meio da semana, o jogo de vôlei fosse atrativo, pelas equipes que se enfrentariam nas quadras da cidade, os dias de assistir jogo, qualquer que ele fosse, eram o sábado e o domingo.
Da mesma forma, quando os meninos desejavam marcar algum passeio especial com amigos ou colegas da escola, não podiam. Os finais de semana estavam comprometidos com o pai.
O cachorro-quente deixou de ter sabor, o passeio de carro se tornou desagradável. Tudo fazia parte de um acerto que precisava, a qualquer custo, ser cumprido. Eram os dias estabelecidos em que eles deveriam sair com o pai.
Como passassem a se mostrar arredios e contrariados, os pais decidiram promover uma saudável conversa a quatro. E descobriram que não se pode estabelecer dia certo para o carinho ou para a presença física.
Entenderam que para os pequenos, todo dia é dia de pai e de mãe. Que atenção não pode ter hora determinada e inflexível.
Em havendo necessidade de os pais firmarem determinados acordos, por questões que surjam em suas vidas, importante não esqueçam que os filhos são seres com direitos e vontades.
Sobretudo, com sentimentos que devem ser respeitados e com necessidades, que precisam ser atendidas.
*   *  *
Existem crianças que adoecem e até morrem por falta de afeto.
As presenças materna e paterna se fazem muito importantes porque geram energias, através do amor, que alimentam fluidicamente os pequenos.
É por esse motivo que, muitas vezes, as crianças buscam o colo dos pais e se aconchegam, quietas, como em busca de algo de que sentem carência.
É por esse mesmo motivo que elas estendem os braços e abraçam fortemente, com o objetivo de receberem de retorno o carinho e a ternura de que se sentem necessitadas.

 Redação do Momento Espírita.
Em 02.09.2010.




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