Vocação


Perseguir um sonho, hoje, parece quase impossível. Tantas são as dificuldades, somadas aos interesses imediatistas, que algumas vocações se desfazem através dos anos.
E a pessoa, por pressões familiares ou sociais, ou por timidez, opta por outros caminhos, tornando-se, na maioria das vezes, infeliz, porque insatisfeita.
Jon Nakamatsu, um jovem americano perseguiu seu sonho desde os 6 anos de idade: tornar-se um concertista.
Neto de imigrantes japoneses, habituados a uma vida dura, seus pais, desde as primeiras manifestações musicais da criança, se preocuparam com o seu sonho.
Jovens pianistas que se tornam concertistas são muito raros. A maioria é eliminada em concursos locais, estaduais e nacionais. Difícil também é se manter como concertista.
Mas Jon teve uma mestra excelente. Uma mulher que lhe reconheceu o potencial e nele investiu: Marina Derryberry.
Aos nove anos ele deu seu primeiro recital como solista. Aos doze estava pronto para abraçar a sua grande chance: estudar em um conservatório de música.
Mas os pais foram taxativos. Eles desejavam que o filho tivesse uma sólida base acadêmica. Por isso, o sonho do pianista pareceu ficar mais longe. Ele sabia que era quase impossível uma carreira de concertista sem a preparação num conservatório.
Atendeu aos apelos paternos, fez as provas e ingressou na Universidade de Stanford. Tornou-se especialista em alemão e começou a dar aulas para o Ensino Médio.
Todos os dias, depois do trabalho, Jon se sentava ao piano e executava por três horas. Era muito pouco.
Seus concorrentes dedicavam-se dia e noite, nos conservatórios.
O tempo estava se esgotando. Se até aos trinta anos ele não tivesse um nome conhecido, seu sonho de ser concertista se tornaria inatingível. Esta é a tônica que lhe foi dada por famoso maestro.
Em 1997, aos vinte e oito anos, a professora de Jon o inscreveu num concurso internacional, o Cliburn. Há dezesseis anos nenhum americano ganhara o concurso.
Ele torcia nervosamente as mãos naquela noite, que decidiria a sua vida. Era um dos doze semifinalistas.
Quando se sentou ao piano, fechou os olhos e lembrou as palavras da professora: Não toque apenas, Jon. Não toque para vencer. Toque porque você ama a música.
Os dedos de Jon voaram sobre as teclas. Cada passagem mais difícil do concerto que executava era vencida com imaginação, força, energia. Ele sentia que estava fazendo música.
Ao serem anunciados os vencedores, o coração de Jon estava aos pulos.
Ele passara os últimos seis anos dando aulas. Como poderia se igualar àqueles outros que ali estavam?
Com lágrimas nos olhos ele percebeu, de repente, que as medalhas de bronze e prata já estavam em mãos de jovens de Israel e da Rússia.
Só faltava a de ouro, e um nome: o seu. Perguntado a respeito do seu triunfo, em entrevista coletiva, ele afirmou:
Meus pais mantiveram meus pés no chão, enquanto Marina manteve meu sonho sempre vivo. Todos nós, juntos, estávamos destinados a vencer.
*   *   *
Se o seu sonho mais acalentado parecer distante como as estrelas, e você tiver a certeza de que ele é o melhor para você e para os demais, não se deixe abater pelo desânimo, nem entorpecer pelas dificuldades.
Prossiga! As grandes vitórias têm maior sabor quando resultam de intensas lutas e esforços.
Não culpe a ninguém, nem as circunstâncias. Lembre-se de que as dificuldades são como pedras no caminho. Parecem atrapalhar mas, em verdade, dão segurança à estrada.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo 
Por amor à música, de Seleções Reader´s Digest,
 de fevereiro de 1999.
Em 24.06.2010.




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