Vitrine do mundo


O menino caminhava ao lado de sua avó por movimentada avenida. Estava de férias e reservara aquele dia para o passeio há muito combinado com a gentil senhora.
Já haviam observado diversas vitrines, quando uma em especial chamou-lhes a atenção. Tratava-se de uma loja de brinquedos.
O menino ficou encantado. Havia brinquedos dos mais variados tipos, coloridos, eletrônicos e de tabuleiro. Ele não sabia para qual deles olhar primeiro.
Andava eufórico de um extremo ao outro da vitrine, chamando a atenção da avó para esse e aquele brinquedo.
A bondosa senhora, percebendo a alegria, disse que ele poderia escolher um entre os brinquedos expostos para que ela o presenteasse.
Ansioso, o menino observou mais uma vez todas as opções.  Sentindo-se ainda bastante indeciso, pediu à avó que o auxiliasse na escolha. Gentilmente, ela começou a lhe dar sugestões.
Nesse momento, o menino avistou, no lado oposto da rua, outro menino, encolhido sob uma marquise. Suas roupas estavam muito sujas e os pés, descalços.
Tomado de compaixão, chamou a atenção da senhora para aquele menino e, segurando nas macias mãos da avó, disse-lhe: Vovó, ao invés de comprarmos um brinquedo caro para mim, poderíamos usar esse dinheiro para levarmos aquele menino para almoçar conosco. O que a senhora acha?
A avó, tomada de surpresa pelo gesto nobre do neto, mais do que depressa concordou com ele e, juntos, foram convidar o menino para almoçar.
Rumaram os três para uma deliciosa refeição, não sem antes comprar roupas para aquela criança cujo futuro era tão incerto.
Através de uma longa conversa, a senhora descobriu que ele era órfão e, desde a morte de seus pais, estava nas ruas, passando pelas mais diversas necessidades.
Sendo assim, ela o levou para um abrigo de menores, não deixando de visitá-lo, com seu neto, periodicamente, dando-lhe atenção e amor.
*   *   *
O mundo é para nós uma grande vitrine. Nele, vemos expostas das coisas mais sublimes até as mais repugnantes.
Encontramos da mais alta filosofia, das mais impressionantes obras de arte, dos mais belos gestos humanitários até a violência gratuita, os preconceitos, o desrespeito pela vida humana.
Temos tudo ao nosso dispor. O que nos diferencia é a escolha que fazemos diante de tantas opções. Podemos optar pela guerra ou escolher a paz. Optar pelo tratamento cordial ou pelo desprezo mesquinho.
Podemos, ainda, escolher auxiliar alguém através de um gesto caridoso ou fingirmos que as dores do mundo não fazem parte do nosso cabedal de responsabilidades.
Nossas escolhas são capazes de mudar vidas, estabelecer rumos, abrandar corações, curar feridas. São elas que definem o que somos. Nós somos o produto de nós mesmos.
Nas palavras do autor irlandês Clive Lewis: Cada vez que você faz uma escolha, está transformando sua essência em alguma coisa um pouco diferente do que era antes.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita.
Em 20.10.2012.




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