As mãos do trabalho


Eram quatro jovens que aproveitavam o sol da primavera à beira de um
maravilhoso lago. Em certo momento, passaram a discutir a respeito de
qual delas teria as mãos mais lindas.

A primeira mergulhou as suas nas águas claras e, erguendo-as depois,
em direção ao sol, falou:

Vejam como são lindas as minhas mãos. Brancas e macias, as gotículas
d'agua parecem brilhantes raros entre os dedos finos e longos.

Eram verdadeiramente lindas pois ela nada mais fazia do que as lavar,
constantemente, em água cristalina.

A segunda tomou alguns morangos e os esmagou entre as palmas das mãos,
tornando-as rosadas.

Não mais bonitas do que as minhas, exclamou essa, que reproduzem a cor
do céu no nascer da manhã.

Suas mãos eram bonitas pois a única coisa com que se ocupava era
lavá-las em suco de frutas todas as manhãs, a fim de que conservassem
a frescura e o tom rosado.

A terceira jovem colheu algumas violetas, esmagou-as entre as suas
mãos, até ficarem muito perfumadas.

Vejam as minhas mãos como são belas, falou então. Além disso são
perfumadas como as violetas dos bosques em plena estação primaveril.

Eram sim muito macias, brancas e perfumadas. Tudo o que fazia essa
jovem era lavá-las com violetas todos os dias.

A quarta jovem não mostrou as mãos. Parecia envergonhada,
escondendo-as no próprio colo.

Então as moças perguntaram a uma mulher que se encontrava um pouco
além, deliciando-se com o dia, qual a sua opinião. Seu julgamento
deveria decidir qual delas detinha as mãos mais belas.

A senhora se aproximou e examinou as mãos da primeira, da segunda e da
terceira, balançando a cabeça como que em sinal de desaprovação.

Finalmente, chegou perto da quarta jovem e lhe pediu que levantasse as mãos.

A mulher tomou as mãos dela entre as suas e as apalpou com vagar. Depois falou:

Estas mãos estão bem limpas, mas se apresentam muito endurecidas.
Existem traços de muito trabalho em suas linhas rijas.

Estas mãos mostram que ajudam seus pais no trabalho doméstico, que
lavam louça, varrem o chão, limpam janelas e semeiam horta e jardim.

Guardam o perfume das flores e o cheiro de limpeza e dedicação.
Nota-se que são mãos que tomam conta do bebê, ensinam o irmão menor a
fazer a lição e erguer castelos de areia, em plena praia.

Estas mãos são mãos muito ocupadas, que tudo fazem para transformar
uma casa em um lar de aconchego e felicidade. São mãos de carinho e de
amor.

Sim, finalizou a desconhecida julgadora, estas mãos merecem o prêmio
pelas mais belas mãos, pois são as mais úteis.

*   *   *

O serviço ao semelhante e a dedicação ao trabalho foram ensinados por Jesus.

Ele mesmo exemplificou servindo a todos durante a Sua passagem pela
Terra e, na última ceia, tomou uma jarra com água, uma toalha e lavou
os pés de todos os Seus Apóstolos.

Não foi por outra razão que afirmou: Meu Pai trabalha sem cessar e eu
trabalho também

Redação do Momento Espírita, com base no texto Lindas
 mãos, de Lawton B. Evans, de O livro das virtudes, de
William J. Bennett, v. 2, ed. Nova fronteira.
Em 26.04.2010.




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