O barbeiro incrédulo


Conta-se que, um dia, um homem foi à barbearia para cortar os cabelos e, enquanto o barbeiro o atendia, ambos mantinham uma conversa animada.
Falavam de muitas coisas, até que o homem resolveu falar da vida e, para explicá-la, falou a respeito de Deus.
O barbeiro, homem muito incrédulo, começou a contestar a existência de Deus e falou:
Deixe disso, meu caro! Deus não existe!
E por quê? Perguntou o homem.
Ora, se Deus existisse não haveria tantos miseráveis passando fome! Olhe à sua volta e veja quanta tristeza. É só andar pelas ruas e enxergar!
Bem, se essa é a sua maneira de pensar, eu a respeito.
Sim, claro. Falou rapidamente o barbeiro.
O homem pagou o corte e ia saindo, quando avistou um maltrapilho com longos e feios cabelos, barba desgrenhada, suja, abaixo do pescoço.
Não se conteve, deu meia volta e falou ao barbeiro:
Sabe de uma coisa? Não acredito em barbeiros! Barbeiros não existem.
Como assim? Perguntou surpreso o descrente.
Sim, falou o homem, se existissem barbeiros não haveria pessoas de cabelos e barbas compridas!
Ora, existem tais pessoas porque evidentemente não vêm a mim!
Que bom! Disse o homem. Agora você entendeu.
*   *   *
Se o fato de existirem pessoas passando fome, enfrentando dificuldades, sofrimentos, dores fosse suficiente para provar que Deus não existe, estaríamos observando a realidade de um ponto de vista muito estreito.
A existência de Deus é uma verdade subjetiva, e como tal, deve ser buscada com a razão e o sentimento.
Cada pessoa pode encontrar Deus de maneira diferente, mas existe uma condição básica: é preciso buscá-Lo com firme desejo de encontrá-Lo.
Um homem fez uma poesia que fala do seu reencontro com Deus, que diz o seguinte:
Deus, passei tanto tempo Te procurando... Não sabia onde estavas.
Olhava para o infinito, não Te via, e pensava comigo mesmo: Será que Deus existe?
Não me contentava na busca e prosseguia.
Tentava Te encontrar nas religiões e nos templos, Tu também não estavas.
Busquei-Te através de sacerdotes e pastores, também não Te encontrei.
Senti-me só, vazio, desesperado, e descri.
E na descrença tropecei...
E no tropeço, caí...
E na queda, senti-me fraco.
Fraco, procurei socorro.
No socorro, encontrei amigos...
Nos amigos, encontrei carinho...
No carinho, vi nascer o amor.
Com amor, vi um mundo novo...
E no mundo novo resolvi viver.
O que recebi, resolvi doar...
Doando alguma coisa, muito recebi.
E recebendo, senti-me feliz.
E ao ser feliz, encontrei a paz.
E tendo paz foi que enxerguei que dentro de mim é que Tu estavas...
Foi em mim que, sem procurar, eu Te encontrei...

Redação do Momento Espírita com base em texto de autoria ignorada e em poesia de Adélio Neves.
Em 08.11.2010.




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