O bem e o mal sofrer


Era uma tarde de outono.
Em meio ao burburinho do cotidiano, uma jovem buscava organizar seus pensamentos para então tranqüilizar a mente e conseguir trabalhar.
Mas era tão difícil.
Por mais que buscasse organizar suas idéias, em poucos instantes seu pensamento vagava entre lembranças e aflições.
Desconcentrava-se e afligia-se.
Sentia vontade de sair correndo para longe.
No entanto, sabia que seu desconforto nada tinha a ver com seu trabalho.
Além disso, não seria um lugar qualquer que lhe devolveria a serenidade perdida.
Era nisso que pensava quando olhou pela janela.
Nuvens espessas e escuras escondiam o sol.
As montanhas próximas pareciam ter sido engolidas por densa névoa.
A luminosidade do dia dava lugar à certeza da tempestade que não tardaria a cair.
Sentiu seu coração ainda mais pesado.
Era como se o seu estado de espírito estivesse representado pelo cenário emoldurado na janela.
Quando as primeiras gotas da chuva começaram a escorrer pela vidraça ela sentiu-se mais infeliz.
O desejo de chorar só foi contido pela presença dos colegas de trabalho, alheios à sua dor.
Baixou novamente os olhos na tentativa de retomar o trabalho quando encontrou, entre seus pertences, um papelzinho impresso.
Era uma dessas curtas mensagens que se acham dentro dos chamados “biscoitinhos da sorte”.
Era singelo, mas preciso: “depois da tempestade vem a bonança.”
Reencontrar, naquele momento, quando a chuva caía pesada, o bilhetinho que recebera por acaso dias antes, parecia-lhe mais do que uma simples coincidência.
Afinal, sentia-se em meio a uma tempestade.
Problemas sérios invadiam sua vida.
Era como se uma enxurrada estivesse arrastando para longe dela sua paz e sua felicidade.
Olhou novamente para o pequeno papel e o releu.
No instante seguinte, olhou para fora.
Pensou:“para Deus nada é impossível.”
Cobriu o rosto com as mãos e fez uma breve, mas sincera prece, rogando ao Pai força e coragem para prosseguir.
Sentiu-se mais leve e acabou sendo envolvida, sutilmente, pelo trabalho.
O telefone tocou, pessoas a chamaram para resolver questões profissionais, e assim foi.
Sem que percebesse, seus problemas pessoais cederam lugar à concentração no trabalho que ha pouco lhe faltava.
Os minutos foram seguidos pelas horas. Quando, no final da tarde, ela voltou seus olhos para fora não pôde conter o espanto.
A chuva havia parado e o cenário era muito diferente: o céu, banhado por intensa luz do sol, não tinha nuvens.
As montanhas, antes ocultas pela neblina, agora tinham seus contornos bem definidos.
Naquele momento, uma colega aproximou-se e disse-lhe: “quem diria, não?
Depois da chuva que caiu no começo da tarde, um final de dia ensolarado como esse!”
E completou, sorrindo: “para Deus nada é impossível!”
A jovem sorriu, sentindo o ânimo renovado, e pensou: “realmente, para Deus tudo é possível.”
***
O amor de Deus é uma presença constante na vida de cada um de nós.
Enlevados pela alegria ou arrasados pelo sofrimento, por vezes, esquecemo-nos disso. No entanto, em momento algum Ele nos esquece, ou abandona.
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.




A apresentação está falhando?

Entre no "www.gmail.com" e feche o usuário aberto.